Na quietude
clandestina da noite
voarei, subirei ao cosmos
e lá na minúscula luz da estrela,
poetarei
[disse-te]
Esvaziarei as mãos de palavras
e dos dedos as rimas
onde se soltarão os suspiros
enlaçados
de amantes fonemas
nos cativos lábios do dia
adormecerei
e nos braços do sono
no raiar de algures…
se soltarão as algemas
uma a uma
nos versos da utopia
Furibundo brotará
no entreolhar das pálpebras
o sonho
emerso no fogo da vida
E no esvoaçar dos vocábulos
entoarei num suave poema
a louca fantasia.
Escrito a 25/11/11
sábado, 3 de dezembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
No ardor louco d`um amor nú
Na brevidade do momento
e na impaciência do peito,
parti… tão somente
Levava o anseio na leveza das mãos
e o incenso na cor dos olhos meus
Vi no meu olhar as palavras
dos segredos ímpios do olhar teu
e as mãos soltaram-se febris
na macieza cálida do teu corpo
Calou-se embriagado o ar
suspiros ciciantes afagam-se
nas brancas paredes do quarto
e ali, no leito repleto de tempo
amam-se os corpos…..
na avidez sôfrega do tudo
Em desassossego beijam as bocas
em talhes delirantes de paixão
e o tempo brinca nos cabelos feitos fogo
dos corpos sedentos, trémulos
dádiva de serem libertação
Ouve-se o silêncio do mundo
e no leito feito do nada
o tudo acontece, como rios de lava
delirando as fortes batidas do coração
Não há medos, não há sombras
não há sempre, nem nunca
nem tempo, nem outros
só corpos redescobrindo-se
no ardor louco d`um amor nú
Escrito a 10/11/11
domingo, 30 de outubro de 2011
Algemas persistentes
Oh mar
Amima meus pés
sussurra o soluço das ondas
diz-me porque és
Oh mar
calmo ou bravio
leito morno sem pavio
Inspira-me
perdida ando
na foz do murmurejar
que te corre de lês a lês
Oh mar
do meu olhar
de saudade marejado
na espuma que te veste
dá-me o degredo
desejado
Oh mar
que abraças
as rochas perfumadas
sois algemas persistentes
nos passos meus
atadas
Oh mar
porque insistes
invadir-me sem senão
nos dias em que te resisto
e debilmente murmuro
o tão doloroso não
Escrito a 29/10/11
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
A cor da terra
No abismo
onde se reflecte a cor da terra
fenecem as asas da liberdade
num prelúdio gemente
de cordas soltas e gastas
em mãos enclausuradas
no aconchego do passado
Num horizonte embuçado de nuvens
onde o mar se perfuma da própria maresia
há um declínio liberto no cerrado da noite
um vagido silencioso na voz da madrugada
um desfraldar gélido de um vento vigil
que antecede a derradeira morada
E num leito de secas pétalas
jaz moribunda a primavera
na mente perdida no ermo do nada
Escrito a 9/10/11
onde se reflecte a cor da terra
fenecem as asas da liberdade
num prelúdio gemente
de cordas soltas e gastas
em mãos enclausuradas
no aconchego do passado
Num horizonte embuçado de nuvens
onde o mar se perfuma da própria maresia
há um declínio liberto no cerrado da noite
um vagido silencioso na voz da madrugada
um desfraldar gélido de um vento vigil
que antecede a derradeira morada
E num leito de secas pétalas
jaz moribunda a primavera
na mente perdida no ermo do nada
Escrito a 9/10/11
domingo, 2 de outubro de 2011
Na reentrância da noite
Torno a roçar-me no reflexo vítreo do corpo
navegar num céu dourado, coberto de pólen
pendurar-me na corda que prende o rastilho
emergente da janela do meu olhar insípido
atear-me nas fagulhas púrpuras de ti, poesia
no anseio de ser simplesmente ….presença
Traço os contornos das palavras impressas
dos versos cilíndricos das silenciosas vogais
trajo de alento as vagabundas consoantes
num denso mar alvo de insónias palpebrais
A noite adormece quieta na orla do desejo
e as heras despojadas crescem enregeladas
na confluência febril das entranhas caladas
perdidamente perco-me em ti desnudada
Escrito 02/10/11
navegar num céu dourado, coberto de pólen
pendurar-me na corda que prende o rastilho
emergente da janela do meu olhar insípido
atear-me nas fagulhas púrpuras de ti, poesia
no anseio de ser simplesmente ….presença
Traço os contornos das palavras impressas
dos versos cilíndricos das silenciosas vogais
trajo de alento as vagabundas consoantes
num denso mar alvo de insónias palpebrais
A noite adormece quieta na orla do desejo
e as heras despojadas crescem enregeladas
na confluência febril das entranhas caladas
perdidamente perco-me em ti desnudada
Escrito 02/10/11
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Saudade

Além…onde as gaivotas grasnem
e o lusco-fusco abraça os montes
Lá…onde o silencio dos silêncios
grita silêncios confusos
Ao longe…onde o vento beija
os cumes adormecidos
O olhar geme … errante
no lapido fogo corpuscular
e liberta-se em fios de água
translúcidos de poesias ímpias,
esvoaçantes rasgando o horizonte
perdidas….nas tonalidades coloridas
de que são feitas as cores profundas
do profundo sonho
Algures no monte longínquo
onde o olhar desnuda
de que são feitas as cores profundas
do profundo sonho
Algures no monte longínquo
onde o olhar desnuda
o galope do pensamento
o céu e a vida une-se na cor do desejo
liberto das profundezas da pele
no orvalho da selvática cor.
Saudade
o céu e a vida une-se na cor do desejo
liberto das profundezas da pele
no orvalho da selvática cor.
Saudade
Escrito a 20/09/11
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
O sopro
Fica na reentrância do penhasco
o sopro que de mansinho afaga a dor
e nas ervas que se soltam da terra
desenha-se a luz tremula do amor
É a chama que subjuga o sopro
onde sussurram os silêncios queridos
e nas ténues acrobacias sumidas
permanece cintilante na cor da vida
Derramam-se gotas vítreas
nos reflexos iluminantes da noite
são pérolas silenciosamente coloridas
que se perdem nas mãos da própria dor
E o sopro solta-se de mansinho
galopando no agitação do amor
afaga lentamente o teu rosto ferido
numa doce carícia trajada de cor
Escrito a 1/09/11
o sopro que de mansinho afaga a dor
e nas ervas que se soltam da terra
desenha-se a luz tremula do amor
É a chama que subjuga o sopro
onde sussurram os silêncios queridos
e nas ténues acrobacias sumidas
permanece cintilante na cor da vida
Derramam-se gotas vítreas
nos reflexos iluminantes da noite
são pérolas silenciosamente coloridas
que se perdem nas mãos da própria dor
E o sopro solta-se de mansinho
galopando no agitação do amor
afaga lentamente o teu rosto ferido
numa doce carícia trajada de cor
Escrito a 1/09/11
sábado, 27 de agosto de 2011
Simplesmente voz
Sou voz perdida
no esvoaçar dos lábios
inquietos
sou tonalidade esguia
que te enfada as pálpebras
húmidas de dor
sou simplesmente… voz
dispersa no vento da vida
calada por um olhar
esquecido de mim
sou sopro remoto
no vendaval de um peito
….o teu
Escrito a 26/08/11
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Vida
São gastas as lágrimas escorridas
nas asas aladas do lamento
cores sombrias de vendavais
que se perdem ao longo do tempo
São símbolos das raízes pintadas
no corpo perdido de esquecimento
são as dubiedades do amanhecer
nas mãos abertas ao vento
em suspiros que se soltam
nas sombras ainda vigentes
Traçam-se metas invisíveis
nos rasgos acutilantes de dor
e a vida torna-se esvaída …
nos braços aconchegantes
do teu amor
Escrito a 15/08/11
nas asas aladas do lamento
cores sombrias de vendavais
que se perdem ao longo do tempo
São símbolos das raízes pintadas
no corpo perdido de esquecimento
são as dubiedades do amanhecer
nas mãos abertas ao vento
em suspiros que se soltam
nas sombras ainda vigentes
Traçam-se metas invisíveis
nos rasgos acutilantes de dor
e a vida torna-se esvaída …
nos braços aconchegantes
do teu amor
Escrito a 15/08/11
quarta-feira, 27 de julho de 2011
A luz do teu olhar

O mundo corre ante os meus olhos
paisagens verdes, brilhantes de sol
fecho os olhos e é o meu mundo
que num ápice
penetra o pensamento
alagando o olhar
São cores esborratadas
neblinas matinais que se confundem
com o negro da noite
são tons escuros correndo nos afluentes
deste rio que se quer fértil
mas que se perde nas escarpas da vida
Adormeço num bote sem remos
frágil, mortal
e lá…. além, fica a luz
que me ameiga de mansinho….longe
deslizo veloz… mais além
onde ao luz do teu olhar já não me alcança
e o meu…. entristece –se
no brilho do sol e no corpo da lua
paisagens verdes, brilhantes de sol
fecho os olhos e é o meu mundo
que num ápice
penetra o pensamento
alagando o olhar
São cores esborratadas
neblinas matinais que se confundem
com o negro da noite
são tons escuros correndo nos afluentes
deste rio que se quer fértil
mas que se perde nas escarpas da vida
Adormeço num bote sem remos
frágil, mortal
e lá…. além, fica a luz
que me ameiga de mansinho….longe
deslizo veloz… mais além
onde ao luz do teu olhar já não me alcança
e o meu…. entristece –se
no brilho do sol e no corpo da lua
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Sinto-te nas águas vivas do Mondego

Deslumbro-me na visão nobre do Mondego
em gestos ansiosos, semicerro as pálpebras
sinto as ondas rebolam no meu corpo translúcido
e os gemidos murmurantes da folhagem algures
funde-se com o grasnar das gaivotas
testemunhas de mim
Permaneço nessa êxtase estonteante
ausento-me na lonjura dos corpos
e na fundura da minha pele ouço-te gemer
num acariciar fecundo de um sol apaixonante
que me envolve num estado de emoção
e os vagidos do meu corpo dançam no teu corpo
em abraços longínquos que se perdem
na minha louca agitação
O ciciar do vento beija em laivos de ternura
os meus olhos encurralados no tempo
e no alaranjado entardecer de mim
sinto-te amor, nas minhas mãos paixão
em caudais de doces canduras
na foz do teu corpo vulcão
domingo, 3 de julho de 2011
Na rebeldia de sabores
Nas pinceladas enleadas
com que pinto
os amores-perfeitos
desenhados
repousa a alegoria
da cor dos olhos teus
São traços aprimorados
pelos odores do corpo teu
tintas matizadas
na rebeldia de sabores
dos lábios meus
Dedos esculpindo-se
no ímpeto da alma minha
em esguios pincéis
escrevo na entrelinha
da tela rendilhada de cor
E no suspiro da manhã
o céu cobre-se de sol
Escrito a 24/06/11
terça-feira, 28 de junho de 2011
Para além do limbo
Seca-se o pranto no mar
das ribeiras translúcidas
de margens enlameadas
murmurando gotículas
Secam-se as estrelas
nas noites sem cor
das planícies lunares
raiadas de dor
Secam-se os cometas
trajados de sol dispersos
na poeira cósmica da morte
Declina-se o corpo
no entardecer da vida
fausto de partir
na transparência da luz
no ensejo final de renascer
na alvorada de todas as coisas
feito vida encadeada
na orla de si
E para além do limbo existe o limite
a essência de se querer ser vida
num parto parido algures…
dentro de si
domingo, 19 de junho de 2011
Lembras-te amor?
Lembras-te amor
quando dançaram borboletas
nos nossos peitos nús
carícias esvoaçantes
em mãos sedentas de ter
Lembras-te
quando a nossa voz
aprisionou-se na boca agitada
e o corpo estremecia
em gemidos descontínuos
libertos no leito feito de querer
Lembras-te
quando o tempo
deslizava rapidamente
ao encontro da tarde
enlouquecendo nos nossos braços
ávido de ficar em nós parado
esquecido do entardecer
Lembras-te
quando os nossos corpos
segredavam-se numa redoma invisível
bafejando o ardor frenético da paixão
no desassossego louco de ser doação
Lembras-te? foi ontem amor
quando dançaram borboletas
nos nossos peitos nús
carícias esvoaçantes
em mãos sedentas de ter
Lembras-te
quando a nossa voz
aprisionou-se na boca agitada
e o corpo estremecia
em gemidos descontínuos
libertos no leito feito de querer
Lembras-te
quando o tempo
deslizava rapidamente
ao encontro da tarde
enlouquecendo nos nossos braços
ávido de ficar em nós parado
esquecido do entardecer
Lembras-te
quando os nossos corpos
segredavam-se numa redoma invisível
bafejando o ardor frenético da paixão
no desassossego louco de ser doação
Lembras-te? foi ontem amor
sábado, 4 de junho de 2011
….desculpa amor
Hoje quis amar-te na partitura do vento
em melodias gementes de solfejos pungentes
hoje quis beijar-te, em desatino acariciar-te
esvoaçar… na tua boca felina, lentamente
hoje quis falar-te, do sopro da paixão
corpo lágrima, em constante agitação
hoje quis dizer-te…desculpa amor, mas…
Mas hoje só soube chorar no silêncio
do tempo que me arranca de ti
Escrito a 2/06/11
em melodias gementes de solfejos pungentes
hoje quis beijar-te, em desatino acariciar-te
esvoaçar… na tua boca felina, lentamente
hoje quis falar-te, do sopro da paixão
corpo lágrima, em constante agitação
hoje quis dizer-te…desculpa amor, mas…
Mas hoje só soube chorar no silêncio
do tempo que me arranca de ti
Escrito a 2/06/11
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Paisagem na noite

No quarto enfarpelado de luta
desliza-me o olhar na paisagem abandonada
e na areia das gaivotas esvoaçantes
imagino na noite… errante
a silhueta do teu corpo andante
em passos deslumbrantes vestidos de cor
derramo pingos de sonho e ilusão
resvalando ao timbre do próprio coração
são momentos num momento de tempo
sonho liberto no casulo da alvorada
na noite que termino cansada
sonolento olhar na madrugada
Escrito a 31/6/11
sábado, 21 de maio de 2011
“Diz que me amas… pediste-me amor”

“Diz que me amas… pediste-me amor”
Na plenitude que oxigena o meu ventre
ânsia de ti….amo-te
neste desatino constante em te ter
em cada milésimo de segundo que te penso
….que te tenho
nos passos hesitantes que deixo marcados
na estrada da vida
nos dedos que afagam a almofada
onde descanso o cansaço do meu rosto
quando não te tenho
Amo-te
no desenho colorido
com que traço o salgado do teu corpo
no brilho do meu olhar que banha os teus
com a cor que se pintam os sonhos
Amo-te tão-somente, assim
na simplicidade com que te bebo
em inundações de sentires crepitantes
afogueando-me na avidez de ti, amor.
Sentes-me?
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Tremular das pálpebras

Quando brotam gritos
assim… da palma das mãos
dos dedos que cantam
em olhos que se declinam
no tremular das pálpebras
nas lágrimas pousadas no corpo nú
Quando as horas se alongam
nas demoras bravias
das noites adormecidas
no recanto da estrada ….fria
E quando o sol espreitar
preguiçoso na linha do horizonte
Tu apareces na fragilidade de mortal
imergir-me no calor dos teus silêncios
assim …. Inebriantemente
e no calar das horas, amas-me…
Depois… sem pudor
vais-te nos silêncios aguçados
de fera amansada
cativo do orvalhar da noite
E as gotas deslizam
nas palmas das mãos
brotando vagidos,
em dedos que cantam
a eterna canção
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Voa para alem do limbo
Teço gerberas no teu corpo nú
em rotas bravas de sol e maresia
decanto o sabor selvagem da tua boca
em lábios de cristal embriago-me
no canto da cama por fazer
É o sol que penetra em carícia na pele
lavra a terra infecunda, carente…
ameiga as tempestades silenciosas
inunda os peitos de açucenas mil
E num voo precipitado, amamo-nos
no silêncio do mundo, falamo-nos
assim…. em sussurros espasmódicos
nos murmúrios imperceptíveis das bocas
Delineamos os contornos dos corpos
em mapas celestiais, sucumbimos mortais
em grades momentâneas, aprisionamo-nos
neste amor falcão…..liberto no rio da vida.
Gosto-te, sinto-te, liberto-te na eternidade da alma
Voa para alem do limbo, meu amor tempestade.
quinta-feira, 14 de abril de 2011

Composta por dez contos de diversos escritores madeirenses como Francisco Fernandes, Octaviano Correia, António Cruz, Elmina Teresa, Inácia Vasconcelos, Isabel Fagundes, Laura Jardim Maciel, Lídio Araújo, Susete Rodrigues e Liliana Jardim, este é a 5.º obra da colecção “Heróis à Moda de…”.Editada pela “Lugar da Palavra Editora” e coordenada por João Carlos Brito, esta colecção pretende juntar o humor ao rigor académico, contribuindo para a preservação da língua, dos regionalismos, das gírias, dos falares marginais, com textos que primam pela boa disposição.
“Heróis à Moda da Madeira” teve a coordenação de Susete Rodrigues e sucede a “Heróis à Moda do Porto”, a “Heróis à Moda do Alentejo” e “Heróis à Moda de Lisboa” e ainda, fora de colecção, a
“Francesinhas à Moda do Porto”. “Minho e Trás-os-Montes” e o “Grande Dicionário dos Falares Marginais” são os próximos títulos deste projecto, que deverão ser lançados até 2013
Um trabalho inovador que inclui ainda um “Dicionário do Vilhão”, em que estão compiladas cerca de 800 palavras e expressões bem típicas da Madeira como «Diache, isto vai dar no porco», «Dou-te uma batata nas arcas que te viro!», «Estepilha, que me vai dar a chorrica!», «Nã se vê um mosquito nas desertas», «És uma bilhardeira!» ou «Vou apanhar a abelha pró Monte».
Sofia Lacerda
Um trabalho inovador que inclui ainda um “Dicionário do Vilhão”, em que estão compiladas cerca de 800 palavras e expressões bem típicas da Madeira como «Diache, isto vai dar no porco», «Dou-te uma batata nas arcas que te viro!», «Estepilha, que me vai dar a chorrica!», «Nã se vê um mosquito nas desertas», «És uma bilhardeira!» ou «Vou apanhar a abelha pró Monte».
Sofia Lacerda
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Apetece-me…amar-te
Apetece-me beijar-te
sugar os silêncios profundos
e libertar as palavras trancadas no baú
da sapiência
Apetece-me abraçar-te, expirar
o ultimo folgo que te torna frágil
e lapidar-te diamante
nas minhas mãos estrelícia
Apetece-me soltar os nós
tornar-te Apolo
talvez assim me encontrasses
à luz da candeia que me ilumina
nas noites em que te procuro
Apetece-me olhar-te
transformar os teus olhos
em estrelas esvoaçantes
relampejando os sonhos teus
Apetece-me tocar-te
bordar-te em lençóis de cetim
com os fios delicados da vida
tatuagens febris da minha
própria amência
Apetece-me……amar-te
sugar os silêncios profundos
e libertar as palavras trancadas no baú
da sapiência
Apetece-me abraçar-te, expirar
o ultimo folgo que te torna frágil
e lapidar-te diamante
nas minhas mãos estrelícia
Apetece-me soltar os nós
tornar-te Apolo
talvez assim me encontrasses
à luz da candeia que me ilumina
nas noites em que te procuro
Apetece-me olhar-te
transformar os teus olhos
em estrelas esvoaçantes
relampejando os sonhos teus
Apetece-me tocar-te
bordar-te em lençóis de cetim
com os fios delicados da vida
tatuagens febris da minha
própria amência
Apetece-me……amar-te
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Na cama feita do presente
Na cama feita do presente
em lençóis imprudentes
ondeiam-se os corpos
olvidados de tudo
e no tudo que nos cerca
metamorfoseamo-nos
em sinfonias de amor na
liberdade de existirmos
em dádivas …..frementes
Nos olhares semi-serrados
de delicados solfejos
a minha boca sôfrega
….. selvática,
anseia teus lábios gulosos
….de querer
Os rostos aprisionados
no silêncio das bocas
lêem-se carentes…. desnudos
num espaço sem tempo de ser
Sentem-se os corpos em voos alados
cobertos pelo entardecer
E a tarde cai fria nos lençóis ….vazios
mas o aroma do prazer permanece bravio
na alvorada do nosso próprio viver
em lençóis imprudentes
ondeiam-se os corpos
olvidados de tudo
e no tudo que nos cerca
metamorfoseamo-nos
em sinfonias de amor na
liberdade de existirmos
em dádivas …..frementes
Nos olhares semi-serrados
de delicados solfejos
a minha boca sôfrega
….. selvática,
anseia teus lábios gulosos
….de querer
Os rostos aprisionados
no silêncio das bocas
lêem-se carentes…. desnudos
num espaço sem tempo de ser
Sentem-se os corpos em voos alados
cobertos pelo entardecer
E a tarde cai fria nos lençóis ….vazios
mas o aroma do prazer permanece bravio
na alvorada do nosso próprio viver
quinta-feira, 24 de março de 2011
O tempo morre
No céu mesclo de azul
toca o eu perdido nas gotículas
nostálgicas das nuvens
e no brilho celeste do meu olhar
penso-te….
Os mares ausentam-se
nas cavernas terrenas
sou rio correndo agarrado
à noite lunar…
despido
Trago nas águas malhadas
o meu outro eu
aquele que cega e paralisa
no vácuo doloroso do tempo
E as mares voltam a encher
embebendo-me as veias
dilatadas de ti
Deixo pegadas de pés
na terra ausente
e no ar os aromas de todas as coisas
que me faz gente
Com rasgos de ternura
adormeço-me nos braços da vida
E o tempo morre nas minhas mãos entrelaçadas
terça-feira, 15 de março de 2011
Dispo o fogo escondido
sábado, 12 de março de 2011
Desejo
Neste rio ameno em que me desvio
na cascata rubra em que mergulho
sinto as algas, tuas mãos
roçando….
perde-se o meu corpo em desvario,
na profunda louquice de ser
….. desejo
na cascata rubra em que mergulho
sinto as algas, tuas mãos
roçando….
perde-se o meu corpo em desvario,
na profunda louquice de ser
….. desejo
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Assim...pessoa

Sou nada no vazio que me consome
nesta inquietação letal,
laje que agasalha o ardor do meu sangue,
já não canto a primavera
nem danço nas falésias do teu corpo
Sou musgo amarelecido,
palanque de fogachos demoníacos
afogueando os contornos do teu rosto,
íris cega da própria cegueira,
carvão desactivado nas brumas do olhar,
vida que se esvai, no longínquo de mim…
um tudo e um nada nesse mar enchente
Sou… o que sou, modelação viva de ti
na impecabilidade do teu próprio existir
Sou eu e tu irrompendo em mim
assim… pessoa
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Solto a alma

Solto a alma nas folhas tingidas
de aromas rubros do pretérito
e nas margens desmerecidas,
prensados fragmentos de mim
São colagens de ternuras
que me sussurram de ti,
são arremessos de palavras
que o silêncio caligrafou
e outros artefactos
que a aragem bravia
me trouxe e me doou
São imagens furtadas
ao livro que me escreveu,
rascunhos impúdicos, lapidados
pela tinta de Morfeu
são testemunhos docemente cativos
nas paginas que não se perdeu
Sou eu, és tu, é…
a vida que nunca se esqueceu
dos rascunhos que o tempo estagnou.
(Solto a alma nas folhas tingidas do pretérito)
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
A vida torna-se grito
Da roseira brava sem rosas
d`um jardim sepulcral
espreita os espinhos com dor
e nos caules amarelecidos
perde-se a clorofila sem cor
Cantam os pássaros sem asas
nas arvores desnudas de flor
uiva o vento em temporal
e as chuvas gotejam,
entristecidas
a fugidia luz color
No dia perfaz-se a noite
e a noite sepulcro d´ amor
na sombra escura do penhasco
o bramido mudo do Adamastor
E eis que….
Nas folhas desenha-se a gota
do espesso orvalho matinal
e na terra por arar, brota
a semente de todo esse areal
Das rosas vivas flúi o pólen
deste jardim intemporal
e na doce brisa outonal
sopra o aroma dourado
do vasto milheiral
E a vida torna-se grito
no silencio por falar
d`um jardim sepulcral
espreita os espinhos com dor
e nos caules amarelecidos
perde-se a clorofila sem cor
Cantam os pássaros sem asas
nas arvores desnudas de flor
uiva o vento em temporal
e as chuvas gotejam,
entristecidas
a fugidia luz color
No dia perfaz-se a noite
e a noite sepulcro d´ amor
na sombra escura do penhasco
o bramido mudo do Adamastor
E eis que….
Nas folhas desenha-se a gota
do espesso orvalho matinal
e na terra por arar, brota
a semente de todo esse areal
Das rosas vivas flúi o pólen
deste jardim intemporal
e na doce brisa outonal
sopra o aroma dourado
do vasto milheiral
E a vida torna-se grito
no silencio por falar
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Esboço

São as telas desmerecidas
que amparam o meu cansaço
é o prelúdio entardecido
de mais um…
pequeníssimo traço
São as glândulas degustadas
que saboreio
entre os dissabores dúbios
pincelados
nas cores com que te pinto
São as gotículas molhadas
de uns lábios feridos
numas mãos que esculpem
o invisível sentido
e os pés que deslizam
no soalho contorcido
È o olhar que cega
à luz do próprio dia
é o pincel repousando
nos braços das madrugadas
Sou eu... esborratada
pelo quadro que não pinto
e nos traços escuros da noite
traço-me de insana mudez
no algor do que sinto
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