A manha enlouquece nas mãos esbeltas
d`um louco amor errante cativo do tempo
e as pétalas nos corpos brancos resvalam-se
despindo-os sôfregas numa volúpia quente
São horas de despudorados aconchegos mil
nas bocas salivantes gemendo momentos,
e os asteriscos saltitantes, perdem-se nús
nos olhos chamejantes de aromas, do rosto teu
A voz embarga-se num rouco vagir, ciciado
nos lençóis cobertos dum querer escarlate
e as horas inundam pueris os corpos desnudos
num precipício alucinante da doce palavra “céu”
Escrito 12/12/12
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
A tez branca da nudez
Contorce-se -nos os corpos em vultos vivos
na manhã que nos espia arregalada de espanto
na manhã que nos espia arregalada de espanto
e em lençóis vadios, acaricia-mo-nos delirantes
no vaivém sedento dos corpos, blasfémicos
As mãos percorrem a tez branca da nudez
em soluços trémulos, deliram insaciáveis
nos corpos orvalhados de rubra avidez
As bocas devoram-se em saborosas iguarias
desejos acre-doces de exímias poesias
em desnudas bússolas de mapas corporais
desbravam livres tesouros ancestrais.
E o tempo dá-nos o tempo de ser tempo
num momento do tempo sem nada mais
os corpos saboreiam o bónus do destino
num caminhar fugaz de simples peregrino
Escrito a 04/11/12
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Tu vieste cobrir-me de palavras nuas
Tu vieste cobrir-me de palavras nuas
trajei-me de luar, apaguei as estrelas
deliciei-me no teu corpo…sôfrega
provando o desejo, descaradamente nua
e em orgasmos vítreos, fiz-me tua
Tu vieste cobrir-me de palavras nuas
estremeci no areal em seiva pura
e aspergi a noite de sublime loucura
Tu vieste cobrir-me de palavras nuas
o desejo morreu asfixiado de beijos
e em delírios palatais gemi solfejos
Ah! Tu vieste cobrir-me de palavras nuas
e o meu olhar projectou a cor tingida da lua
Escrito a 20/10/12
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Ah se eu pudesse
Ah se eu pudesse, num sono profundo
adormecer os fios azuis, que colijam a alma
albergar o livre branco no meu olhar
então as vozes erguer-se-iam do ventre
em monossílabos consonantes pintados
do silêncio emudecido da dor
Afluiriam os rebentos virgens das vinhas
desgarradas das densas ervas carcomidas
e jorraria o vinho, do cálice sagrado da cruz
Pudera eu adormecer os fios azuis
que coarctam o meu peito e as vozes
clamariam em clamores de liberdade
10/1/12
adormecer os fios azuis, que colijam a alma
albergar o livre branco no meu olhar
então as vozes erguer-se-iam do ventre
em monossílabos consonantes pintados
do silêncio emudecido da dor
Afluiriam os rebentos virgens das vinhas
desgarradas das densas ervas carcomidas
e jorraria o vinho, do cálice sagrado da cruz
Pudera eu adormecer os fios azuis
que coarctam o meu peito e as vozes
clamariam em clamores de liberdade
10/1/12
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