quinta-feira, 24 de março de 2011

O tempo morre


No céu mesclo de azul
toca o eu perdido nas gotículas
nostálgicas das nuvens
e no brilho celeste do meu olhar
penso-te….

Os mares ausentam-se
nas cavernas terrenas
sou rio correndo agarrado
à noite lunar…
despido

Trago nas águas malhadas
o meu outro eu
aquele que cega e paralisa
no vácuo doloroso do tempo

E as mares voltam a encher
embebendo-me as veias
dilatadas de ti

Deixo pegadas de pés
na terra ausente
e no ar os aromas de todas as coisas
que me faz gente

Com rasgos de ternura
adormeço-me nos braços da vida

E o tempo morre nas minhas mãos entrelaçadas

terça-feira, 15 de março de 2011

Dispo o fogo escondido















Nas pálpebras dos teus olhos
dispo o fogo escondido
nas vestes
do meu trémulo sorriso
e alumio o teu olhar... pavio
com as fagulhas rubras
do meu corpo ébrio

em combustões lentas
incendeio-me nos teus braços
esquecida de mim

sábado, 12 de março de 2011

Desejo

Neste rio ameno em que me desvio
na cascata rubra em que mergulho
sinto as algas, tuas mãos
roçando….

perde-se o meu corpo em desvario,
na profunda louquice de ser
….. desejo