domingo, 19 de janeiro de 2014

É o fonema da alma do corpo sagrado


 Voo até que as asas se quebrem
até que não haja mais dia, nem noite,
até que o vento esvoace o pó rubro do corpo
levitando na agrura dum sono meu
é o fonema da alma do corpo sagrado
dos angélicos sonhadores,  despidos de pele
num ancorado rebordo da  mente lívida

Será a poesia petrificada dum ensejo nominal
vigoroso voo,
na ultima caminhada perto do céu
rascunho de azul,
perdido no eco purpura do som
melodia de pássaros enfaixados
nas nuvens escorreitas
à luz da matina, lusco-fusco,
dum horizonte longínquo
num eco sonoro de bramidos tons,
debaixo das cores que cobrem o meu corpo,
num reflexo tardio  que se perdeu



Escrito a 19/01/14

sábado, 11 de janeiro de 2014

Dorme no meu peito as asas do tempo



















Dorme no peito as asas do tempo
em gestos suspensos à porta do silencio
a boca calada de beijos, pendurados
nas vagas agitadas dos olhos famintos

Dorme no peito o dorso do sonho
cansado e sovado pela renúncia do som
cai nas mãos delineando-se em grito
nas rasuras infindas da mente proscrita

Dorme no peito a cor do poema
palavras sepultadas nos lábios rubros
frases arqueadas pelo sabor do gosto
degustado na pele seca de fonemas

E dorme no meu peito as asas do tempo,
feito folhas brancas soltas no vento, nuas


Escrito a 08/01/14