segunda-feira, 14 de novembro de 2011

No ardor louco d`um amor nú

















Na brevidade do momento
e na impaciência do peito,
parti… tão somente

Levava o anseio na leveza das mãos
e o incenso na cor dos olhos meus

Vi no meu olhar as palavras
dos segredos ímpios do olhar teu
e as mãos soltaram-se febris
na macieza cálida do teu corpo

Calou-se embriagado o ar
suspiros ciciantes afagam-se
nas brancas paredes do quarto
e ali, no leito repleto de tempo
amam-se os corpos…..
na avidez sôfrega do tudo

Em desassossego beijam as bocas
em talhes delirantes de paixão
e o tempo brinca nos cabelos feitos fogo
dos corpos sedentos, trémulos
dádiva de serem libertação

Ouve-se o silêncio do mundo
e no leito feito do nada
o tudo acontece, como rios de lava
delirando as fortes batidas do coração

Não há medos, não há sombras
não há sempre, nem nunca
nem tempo, nem outros
só corpos redescobrindo-se
no ardor louco d`um amor nú

Escrito a 10/11/11

Sem comentários: