terça-feira, 28 de junho de 2011

Para além do limbo


Seca-se o pranto no mar
das ribeiras translúcidas
de margens enlameadas
murmurando gotículas

Secam-se as estrelas
nas noites sem cor
das planícies lunares
raiadas de dor

Secam-se os cometas
trajados de sol dispersos
na poeira cósmica da morte

Declina-se o corpo
no entardecer da vida
fausto de partir
na transparência da luz
no ensejo final de renascer
na alvorada de todas as coisas
feito vida encadeada
na orla de si

E para além do limbo existe o limite
a essência de se querer ser vida
num parto parido algures…
dentro de si


Sem comentários: