quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Como uma rosa Azul



Queria ser como a rosa azul
Viver meramente um dia
Ser a tua primavera, o teu Verão
O teu Outono, o teu Inverno
Sentir a fragrância da tua pele,
Tuas mãos docemente no meu rosto
Com a macieza das pétalas azuis.
Sentir o prazer de ser especial
Somente um dia, que importa
Como a rosa azul

Afogar a saudade no sabor do teu odor
Saciar o sonho perdido num olhar ardente
Mergulhar na limpidez orvalhada
Que afaga as tuas pétalas imortais
Diluir – me na imensurabilidade de ti
Um dia, uma vida, uma eternidade.
Morrer e renascer como a rosa azul

Doce sensação



Percorro os campos desabrochados
Piso a erva macia do bosque
Penetro nas águas límpidas
Da nascente da vida
Sinto o calor arrefecido pela água
Amaciando o meu corpo despido
O sol aquece a minha pele arrepiada
O corpo flutua na doçura das águas
Em movimentos suavizados pelo desejo
de quem se sente liberto para naufragar
na profundura de ti, doce sensação

Os pássaros esvoaçam na paisagem idílica
Pintada na tela do tempo existencial
De um ser presente neste poema indulgente
Sem passado, sem futuro, só presente
Na pagina deste livro folheado pelo vento
Escrito pelas mãos vibrantes
Crentes em ti…. Sempre

Quero-te renascida… flor imperial

Perco-me no labirinto
desse jardim que é só teu
toco cada flor delicada
Sinto o aroma inebriante
acariciando a minha pele
sedenta de querer sorver…
mergulho nas pétalas orvalhadas
sem medo dessa flor singular
refrescando a alma olvidada
hidratando o âmago do meu viver

Quero-te renascida… flor imperial
ao afago das minhas asas
do meu zumbido sideral
que importa
se é Outono, Primavera ou Verão
se o vento vive em tempestade
ou se adormece em exaustão
que importa os maremotos
os terramotos, a destruição
quero-te vibrante, colorida
nesse jardim universal
nesse solo arado pelo pranto

Rogo aos Deuses do além
chuva incandescente e mágica
inundando os caules arqueados
desse jardim perdido no nada