sábado, 30 de agosto de 2014

As palavras secam-se nas entranhas do palato


As palavras secam-se nas entranhas do palato
o silêncio descreve esta inercia
que catapulta de mim

Reinvente-a …

Sussurra as paginas brancas do poema
ouço-me na brandura do verso
em ninhos emaranhados de ilusões
asas soltas nas palavras por escrever
sois bravios colorindo horizontes
da cor dos olhos meus

Reinvente-a ..

Gesticula as mãos translucidas da poesia
fadando o corpo teu
na longura diáfana da mente perdida
e as palavras nascem sem ecos
na sombra do verbo por dizer

Reinvento-te
no silencio da noite
desnuda de mim


Escrito a 27/07/14

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A mágoa antiga das lágrimas


Não quero mais perceber o silêncio da palavra
nem o gesto incompreensível do corpo por espreitar
quero soltar esta lava que queima escondida
no fundo escorreito do meu olhar

pois que fiquem os poemas com ansias de vida
e as mãos a amparar  a mágoa antiga das lagrimas

[quão doce é os contornos delineados nas sombras]

Escrito 13/08/14

sábado, 2 de agosto de 2014

No contorno dos lábios


Num ápice cai o silêncio
no contorno dos  lábios,
o soluço
espontânea e vigorosa torrente
que cai sem saber dos rios
que dançam na alma
feito mares de ondas levadiças
e espumosas
pernoitando
as enseadas da pele lívida

e a noite adormece
no amanhecer fusco do dia
sem saber de si
branda brisa que cobre a cidade
feita ninho
no parapeito dos prédios
calados


Escrito 1/08/14