sexta-feira, 23 de maio de 2008

Presa na calada da noite


Presa na calada da noite
Percorro a alameda da escuridão
Sinto as raízes da árvore secular
Enrodilhar-se no meu corpo desnudo
As folhas roçam-me incessantemente
Na cadencia do sopro gélido da penumbra
As gotículas orvalhadas de cinza
Penetram na minha epiderme descolorida
Não sinto o bater do coração
Gelado pelo iceberg da alma enegrecida
Meus olhos trespassam a escuridade
Tentando ouvir-te na claridade do dia
Mas impossível
A barreira da 5ª dimensão
Ergue-se sombria
Possuidora
Da linha dimensional do tempo
E tu cada vez mais distante
Continuas em outra dimensão
Minha boca quer gritar, mas…
Nenhum som torna-se audível

Eu permaneço presa na noite
Sem nada poder fazer
Deambulando na escuridão
Á espera de transpor esta dimensão.

2 comentários:

Liliana Jardim disse...

Quem és tu Graça Lopes? conheço-te? e desculpa tratar-te por tu...

Obrigada por leres-me e comentares-me....

Beijinhos

RODOLPHE SALIS disse...

salud, Liliana...sou continental.Gosto muito do teu blog...pela poesia e pela Madeira...estás de parabéns!e obrigada pelo prazer que me dás.

e...um docinho para ti...

En el abanico de una hermosa dama

Aunque el tuyo en rimas rico
es, señora, bien sabrás
que aire una copla es no más
escrita en un abanico.

...Mas también cosa es segura
que, desde siempre hasta el dia,
sentó bien a la hermosura
el aire de la poesía.

Manuel Machado e beijos para ti... saudades da Madeira...e até á próxima visita!