segunda-feira, 9 de junho de 2008

Luar sedutor


Acordada no silencio da noite
Suspensa pelos filamentos
prateados das estrelas
Amparada pela sua manta sideral
Pairo na aragem do tempo
tal fantasma à procura
da casualidade existencial
das interacções cósmicas

Os meus olhos contemplam-te

Peço-te perdão, lua cintilante
Por ter provocado
O relampejar dos Deuses
Ao enfeitiçar-me do teu luar sedutor
Que me trajou de ternura
Alumiando minha existência

Não escutei a voz da razão
Que sussurrava baixinho
Pára, amordaça o teu coração
não o deixes sentir
Pára, curariza-o, paralisa-o
não o deixes pulsar
Pára, não o deixes voar.

Vagueio pelo espaço penitenciando-me
Sentindo o espinho da saudade
As pétalas da ternura
A chama do desejo
A vontade de voltar a sentir
A quentura do teu luar

Estendo a minha mão trémula
Quero afagar-te…
Mas como? Interrogo-me
Como posso ansiar tocar-te
Eu insignificante mortal?

Gotículas orvalhadas deslizam lentamente
Molhando meu corpo volatilizado

Tu olhas-me, sorris tristemente
Permanecendo em constante rotação.
E eu continuo a pairar
Na aragem do tempo
Em absoluta meditação

2 comentários:

mundo azul disse...

São bonitos versos!
Gostei de conhecer seu espaço...
Beijos de luz e muita alegria no coração!!!

ROSA E OLIVIER disse...

Piú giú, in fondo alla Tuscolana...!?...passavo per un saluto!