quarta-feira, 18 de junho de 2008

Momento circunscrito


Deitada numa cama do hospital
Penso…nem eu sei em quê
Na minha mente,
imagens surgem do passado, do presente
como um comboio expresso, veloz
sem se deter em nenhum apeadeiro
Mescla de sentimentos emergem
de um vulcão, ainda em ebulição
Lava incandescente invade
a montanha do meu sentir
formando rios de lama
que se extinguem
ao contacto do iceberg da razão
O expresso continua a deslizar
rapidamente
A minha mente
eterizar-se do passado, do presente
O tempo pára ao tic-tac do relógio
O meu ser ausenta-se
suspenso do comboio expresso
que continua em andamento

A porta da alma escancara-se
de repente
O sonho penetra sofregamente
Na mente atordoada
O futuro… imagina-se
O comboio expresso imobiliza-se
O sol renasce brilhante
Numa primavera apetecível
Gotas de orvalho penetra
a lava vulcânica
arando o solo
a semente é lançada
flores campestres perfumam
a montanha do sentir.
O presente é passado
O amanhã é esquecido
O sonho é intensamente vivido.

Escrito a 12/07/08

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