sábado, 5 de julho de 2008

Um poema infantil ou de amor?

A porta sombria, permanece fechada
Eu não consigo lá penetrar
Bato docemente na madeira
Mas tu não me consegues visualizar
Sei que ouves, sim
O arquejar do meu coração
Por isso mesmo não a abres
Com medo da aproximação
Mas tu sabes muito bem
Que eu entendo a tua posição
Só que é doloroso demais
Não conseguir uma migalha
Da tua atenção

Por isso um dia… cansada
Numa joaninha transformar-me-ei
E sofregamente penetrarei
Na frecha da porta sombria
Percorrerei ansiosamente
Esvoaçando
A distância que separa-me de ti
Poisarei no teu cabelo
Num afago sem fim
E as tuas mãos tremulas
Por momentos, em mim pegarão
Acarinhar-me-ás sem sufocação
E eu pobre joaninha, feliz voarei
Porque consegui por fim
Um pouco da tua atenção.

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