terça-feira, 5 de agosto de 2008

Quantas vezes


Quantas vezes, contemplei o mar
perdendo-me no anil do horizonte

Quantas vezes, aguardei
que viesses amainar
a minha saudade perene

Quantas vezes, almejei ser alga
sentir a carícia das ondas
e mergulhar no afago do teu corpo

Quantas vezes… permaneci
sentada na margem da vida
não sentindo o tempo passar
mas sentindo o pranto resvalar
beijando docemente o calhau

Quantas vezes, ansiei o teu sorriso
afagando a minha face dorida

Quantas vezes, o meu coração parou
fatigado, atordoado, perdido…
palpitando somente
com o murro da esperança


Quantas vezes, desejei loucamente
procurar-te por ai…

Quantas vezes, ambicionei ser anjo
apertar-te no calor do meu corpo
e transformar os teus pesadelos
em sonhos perfumados de jasmins

Quantas vezes desejei-te
e acreditei
que o destino te trouxesse
por fim


1 comentário:

Natália Bonito disse...

A tarde ia longa quando, de súbito, encontrei os versos do seu Blog. Li-os e fiz da sua essência um hino à minha paz interior. Partilho da sua paixão: escrever poesia. Parabéns!

Natália Bonito http://estradasrepletas.blogspot.com/