domingo, 17 de agosto de 2008

Desespero existencial


Hoje, sento-me à beira do abismo
Olho a rocha escarpada
Perpendicular ao mar
Esse mar revolto que me atrai
Hipnotizada sinto o anjo negro
Num abraço de morte
O negrume penetra minhas entranhas
Meus olhos raiados de breu não te vêem
Raízes seculares sugam a água da encosta
Meus pés desnudos estáticos
Pisam os espinhos das rosas mortas
No céu as nuvens pardacentas
Cobrem-me de saudade
Na minha mente imagens pintadas de sonhos
Rasgam-me a alma como garras felinas
O meu corpo alado ergue-se
Pronto a arrojar-se
No escarpado negro da morte
Minha mente hesita
Meu corpo estremece de desejo
É tão fácil voar até ao mar
Permanecer voando no infinito
Não sofrer, não pensar
Apenas voar, sem passado
Sem presente, sem futuro
Sentindo a alma navegar
Ao sabor da brisa divina
Ah! como é tão fácil
Morrer e não pensar.
Atiro-me feliz
Nos braços negros do vácuo
Sucumbo mais e mais
Sem gritos, sem dor
Seduzida pela pulcritude do limbo

No limite do teu desespero existencial, é isso que sentes, tu que queres morrer? Interrogo-me perplexa, sem respostas e tu amigo que lês este poema sabes responder?
Porque desiste de viver aqueles que se suicidem?
Que desespero tão profundo os levam a querer morrer, será mais fácil desistir ou lutar pela vida? Reflecte, analisa e conclui ….


7 comentários:

Mª Dolores Marques disse...

Liliana, este poema, emociona, quer pelo tema abordado, quer pela beleza das palavras utilizadas.


Já tinha lido este poema, mas não me canso


Um beijo

Dolores

Carlos César Pacheco disse...

As vezes é preciso ter coragem para desistir...

José Leite disse...

Voar, voar, é preciso!
Com a crise que a gente atravessa as asas tão gastas e tão sem combustível, está difícil...

jorgeferrorosa disse...

Vídeos e poema muito lindo. Goste da forma como as palavras conseguem tocar o leitor. ESpaço agradável.
Beijinhos
Caderno da Alma

Antunes Ferreira disse...

LISBOA - PORTUGAL

Olá!

A Madeira não pode ser «O Jardim». A Madeira «é UM jardim». E o resto são tretas. Gosto muitíssimo da Madeira, mas não gosto absolutamente nada de zulus...

Cheguei a este blogue através de outros que costumo visitar e neles postar comentários. Cheguei, vi e… gostei. Está bem feito, está comunicativo, está agradável, está bonito – e está bem escrito. Esta é uma deformação profissional de um jornalista e dizem que escritor a caminho dos 67…, mas que continua bem-disposto, alegre, piadista, gozão, e – vivo.

Só uma anotaçãozinha: Durante 16 anos trabalhei no Diário de Notícias, o mais importante de Portugal, onde cheguei a Chefe da Redacção – sem motivo justificativo… pelo menos que eu desse com isso… E acabo de publicar – vejam lá para o que me deu a «provecta» idade… - o me(a)u primeiro livro de ficção «Morte na Picada», contos da guerra colonial em Angola (1966/68) em que, bem contra vontade, infelizmente participei como oficial miliciano.

Muito prazer me darás se quiseres visitar o meu blogue e nele deixar comentários. E enviar-me colaboração. Basta um imeile / imilio (criações minhas e preciosas…) e já está. E se o quiseres divulgar a Amiga(o)s, ainda melhor. Tanto o blogue, como o imeile, tá? Muito obrigado

www.travessadoferreira.blogspot.com
ferreihenrique@gmail.com

Estou a implementar e desenvolver o projecto que tenho para o meu www.travessadoferreira.blogspot.com e que é conferir ao meu/vosso/NOSSO blogue a característica de PONTO DE ENCONTRO entre os Países fraternalmente ligados – Portugal e Brasil. E outros PALOP e etc…
Se me enviares o teu IMEILE, poderei enviar-te «coisas» que ache interessantes. Se, porém, não as quiseres, diz-me que eu paro logo. Sou muito bem-mandado (a minha mulher que o diga…) e muito obediente (cf. parênteses anterior). Abrações e queijinhos, convenientemente repartidos e distribuídos

– Desculpa por este comentário ser tão comprido e chato. Como a espada do D. Afonso Henriques…
- Já conheces o me(a)u «Morte na Picada» que acima menciono? Há quem diga que é muito bom. E até que é o melhor que se escreveu em Portugal sobre o tema. Dizem… Obviamente que não sou eu a dizê-lo… Só faltava… E também há quem tenha escrito que é SANGUE & SEXO… Malandrecos… Pelo sim, pelo não, compra-o.
Depois de o leres, se, por singular acaso, tiveres gostado dele, terás de comprar muitíssimos mais exemplares. São excelentes prendas de aniversários, casamentos, divórcios, baptizados, e datas como Natais, Carnavais, Anos Novos, Páscoas, Pentecostes, vinte e cincos de Abris, cincos de Outubro, dezes de Junhos. Até para funerais. Oferecer o «Morte» na morte fica bem em qualquer velório que se preze. E, além disso, recomenda-o, publicita-o, propagandeia-o, impinge-o aos Amigos, conhecidos, desconhecidos & outros, SARL. Os euros estão tão raros e... caros...
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A editora da obra é a Via Occidentalis (occidentalis@netcabo.pt) cujo site é www.via-occidentalis.blogs.sapo.pt. Neste blogue podem ser consultados mais dados sobre o livro, cujo preço de capa é € 14,70. ATENÇÃO: Pode ser comprado pela Internet.
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NOTA IMPORTANTE: Este texto de apreciação e informação é similar em todos os casos em que o utilizo. Digo isto, para quem não surjam dúvidas ou suspeitas sobre a repetição em diferentes blogues. E para que ninguém se sinta ludibriado – ou ofendido… Há feitios que… Mas, sublinho, apenas o uso quando o entendo, isto é, quando gosto mesmo dos que visito. Nos outros onde também vou, se não gosto, saio sem comentários. Há muitos mais. Aqui na terrinha diz-se que «se não gostas, põe na beirinha do prato…»

impulsos disse...

Liliana
As razões que levarão alguém a optar pelo suicídio, nunca as saberemos ao certo...
Mas acredito que seja um impulso desesperado!

Um poema grande, que nos obriga a reflectir no que somos e no que realmente queremos da vida ou esperamos dela.

Gostei de te visitar aqui hoje...

Beijo

Cleo

Haere Mai® disse...

Não perguntes! Ninguém te saberá responder!
Beijo azul...Sempre!