quinta-feira, 24 de março de 2011

O tempo morre


No céu mesclo de azul
toca o eu perdido nas gotículas
nostálgicas das nuvens
e no brilho celeste do meu olhar
penso-te….

Os mares ausentam-se
nas cavernas terrenas
sou rio correndo agarrado
à noite lunar…
despido

Trago nas águas malhadas
o meu outro eu
aquele que cega e paralisa
no vácuo doloroso do tempo

E as mares voltam a encher
embebendo-me as veias
dilatadas de ti

Deixo pegadas de pés
na terra ausente
e no ar os aromas de todas as coisas
que me faz gente

Com rasgos de ternura
adormeço-me nos braços da vida

E o tempo morre nas minhas mãos entrelaçadas

2 comentários:

Penélope disse...

Quanto mais apertamos o tempo mais ele escapa das nossas mão...
Morre em nós para nascer logo ali, na frente...
Abraços

Maria Albertina disse...

é como se diz... a areia nos escapa dos dedos..
assim é a vida...
abraços