Ah se eu pudesse, num sono profundo
adormecer os fios azuis, que colijam a alma
albergar o livre branco no meu olhar
então as vozes erguer-se-iam do ventre
em monossílabos consonantes pintados
do silêncio emudecido da dor
Afluiriam os rebentos virgens das vinhas
desgarradas das densas ervas carcomidas
e jorraria o vinho, do cálice sagrado da cruz
Pudera eu adormecer os fios azuis
que coarctam o meu peito e as vozes
clamariam em clamores de liberdade
10/1/12
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