São as telas desmerecidas
que amparam o meu cansaço
é o prelúdio entardecido
de mais um…
pequeníssimo traço
São as glândulas degustadas
que saboreio
entre os dissabores dúbios
pincelados
nas cores com que te pinto
São as gotículas molhadas
de uns lábios feridos
numas mãos que esculpem
o invisível sentido
e os pés que deslizam
no soalho contorcido
È o olhar que cega
à luz do próprio dia
é o pincel repousando
nos braços das madrugadas
Sou eu... esborratada
pelo quadro que não pinto
e nos traços escuros da noite
traço-me de insana mudez
no algor do que sinto
2 comentários:
Um poema que tem tanto de belo como de triste.
Fiquei melancólica.
Beijinhos
Gosto... mas arrisco dizer que ficaria melhor se nada rimasse! Gosto desta rima subtil:
"É o olhar que cega
à luz do próprio dia
é o pincel repousando
nos braços das madrugadas
Sou eu... esborratada
(...)"
... mas não tanto do "invisível sentido" que rima com "soalho contorcido".
Bom ano!:)
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