Penduro os beijos estéreis no varal dos meus olhos
calço as luvas róseas das palavras vibrantes
abrevio o pensamento e voo em dilúvios de azul
que cobre a incúria da
minha alma deslizante
São voos mergulhantes no precipício nú do tempo
nas charneiras húmidas do meu corpo, frio
onde o fermento do poema brônzea, a calidez da pele
E os rasgos de ternura torneiam os anéis da alma
num vaivém de caricias áureas de cor, perfumando
de aromas doces, as sombras de corpos selvagens