segunda-feira, 3 de março de 2014

São dos meus passos a marca da vida


Alongo a janela em que me olho,
para alem da noite,
na insipidez da brisa que beija o silencio
em que se embebeda o corpo,
num destilar de paixão, no areal das horas frias

Já não possuo a limpidez dos versos
nem me visto de calidez primaveril
sou somente o cogitar de quimeras
na longura alva do tempo em que me sinto tua

São dos meus passos a marca da vida
dos prados verdes em que me percorro, lassa
num encaminhar de palavras,
de imensas filas de folhas vazias, perdidas
na brandura rubra dos meus dedos famintos

São dos meus passos a marca da vida
com que olho o interior do tempo que me aprisiona
e  faz-me sentir  tão tua



Escrito a 22/02/14